segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CONHEÇA A UMBANDA


CONHEÇA A UMBANDA




1-) Sessões públicas e aspectos internos


O Movimento Umbandista da atualidade apresenta templos com ritualísitcas distintas e proporcionais a cultura e ao alcance consciencial do grupo em questão. Porém, muitos locais que se intitulam casas de Umbanda possuem práticas que pouco apresentam dos conceitos fundamentais da Umbanda, onde utilizam da ingenuidade e as vezes da maldade das pessoas para estorquir dinheiro ou fazer trabalhos pesados invocando o mais baixo sub-mundo para alcançarem objetivos torpes e alimentarem o ódio das pessoas que desavisadas acham que podem utilizar a baixa magia impunemente para atingir seus desafetos… quanta ilusão !


Logo, o leitor consciente que sinta afinidade com o Movimento Umbanda deve observar bem os rituais de uma casa de Umbanda antes de se ligar a tal organização.


E como saber se uma casa segue os fundamentos da Umbanda?


Em primeiro lugar, observe o ambiente, veja se existe uma profusão de muitas imagens desorganizadas pois, não somos contra as imagens e muitos precisam delas mas, até no aspecto estético, a desorganização de um congá ( altar ) é o reflexo da desorganização da casa espiritual.


Procure lugares cujo som não seja agressivo aos ouvidos onde, se houver atabaques que ao menos sejam tocados com harmonia principalmente nos rituais de incorporação porque, o som do atabaque estimula o atavismo guerreiro e o animismo vicioso, ou seja, o médium fica com sua percepção tão excitada que cai nos processos de auto-incorporação ou mistificação porque entra em transe mas não fica sob o controle de uma entidade espiritual e sim de seu subconsciente e, isso pode vir a desenvolver doenças físicas como a labirintite, a arritmia cardíaca, e outras no médium e, os consulentes por outro lado não serão orientados e direcionados corretamente .


Também, procure lugares positivos onde não utilizem matanças de animais pois, respeitamos tais práticas mas elas não são da Umbanda. E o único sacrifício que as entidades pedem é que as pessoas entreguem seu ódio, sua ignorância, seu egoísmo, sua preguiça, etc… Enfim são só essas coisas que as entidades querem tirar de nós. Mas, é verdade que determinados elementos como flores, frutas, doces, etc… podem ser utilizados magisticamente para obtenção de benefícios mas essa é uma forma mais sutil da magia onde basicamente você recebe o que você entrega ou oferece para as entidades espirituais logo, se você oferece doces, a entidade afim manipulará esse elemento e transformará em energia para você, te proporcionando alegrias mas, se você oferecer a agonia de um animal quem receberá esse sacrifício e o que você receberá em retribuição??


Assim, em um ambiente de paz e harmonia é que as entidades da corrente astral de Umbanda trabalham e quando não há esse cuidado, só o sub-mundo se sintonizará com os médiuns. E aí, corra quem puder correr...


Com base nessas recomendações iniciais o médium pode se filiar a casas de trabalho sérias e compromissadas com o ideal maior da caridade. Mas não se iluda, as casas de Umbanda são postos de socorro constantemente atacados pelo sub-mundo espiritual e o médium chefe ter muito cuidado para que entidades do sub-mundo espiritual não dominem sua casa de trabalho.


Para isso, existe a tronqueira na porta das casas de Umbanda. Ela costuma ser feita, como uma casinha de alvenaria onde são colocados elementos e materiais de fixação e desagregação afetos ao Exu Guardião relacionado com o médium chefe da casa.


E ressaltamos que dentro da Umbanda existe muita variação quanto a ritualística na dependência do grau consciencial coletivo dos agrupamentos. Mas, como um exemplo elucidativo, em um bom ritual de Umbanda, antes de iniciar a sessão de caridade, o médium-chefe defuma seus seguidores e firma seu congá, enchendo as taças de água ( condensadoras de energia), acendendo as sete velas relativas aos sete Orixás e fixando suas vibrações por meio da oração mental edificante. Depois, firma a tronqueira ou a casa de força do guardião, acendendo novamente a vela, que é o elo entre o físico e o astral, e coloca o aguardente para que o Exu Chefe da casa e para que todos os Exus, possam haurir esse elemento e fazer vibrar suas poderosas correntes higienizadoras e protetoras.


Após esses preparativos básicos, os consulentes podem ser defumados e recebidos no ambiente à eles destinado.


Nesse momento o panorama do ritual é o seguinte: A corrente de médiuns, todos vestidos de branco, está posicionada no congá. E tendo como referência o congá, ou seja, olhando do congá para a assistência, os médiuns femininos ficam, lado a lado, do lado esquerdo do congá e os méduns masculinos ficam do lado direito; Os consulentes estão sentados em seus lugares e o médium chefe faz a invocação ( pedido ) de cobertura para os Orixás e às entidades dirigentes da casa de trabalho.


Então, o médium-chefe faz uma palestra de abertura para que todos adentrem em uma sintonia espiritual positiva, e invoca a corrente das crianças de Umbanda, sob o som de pontos cantados com ritmos que transmitem alegria e renovação; Em seguida os médiuns incorporam e dão suas consultas, depois de encerrada essa gira há um intervalo de 10 minutos para recomeçar a nova gira e após esse intervalo a corrente de caboclos é invocada na casa espiritual e essas entidades incorporam e promovem seus trabalhos sob o som de pontos cantados de vibrações fortes e estimulantes; Notem que oss caboclos de Umbanda em geral, utilizam o charuto para defesa do médium quando incorporados. Após essa gira há um novo intervalo de 10 minutos e decorrido esse tempo, a corrente de pais-velhos é invocada no congá; E os pai-velhos quando incorporados utilizam o cachimbo e trabalham sob pontos suaves que induzem à espiritualidade.


Nesse momento, já observamos que a Umbanda imita a vida pois, a primeira sessão foi a das crianças que, representam o inicio da vida ou a infância, depois vieram os caboclos representando o auge, a maturidade, e por fim os pais-velhos que representam, a conclusão, a senilidade. Agora devem girar no templo, os Exus guardiões que representam a morte e o renascimento e que fazem o elo de ligação entre essa sessão de caridade e a próxima.


Então prosseguindo nossa descrição da sessão, depois da gira de pais-velhos há um novo intervalo e os Exus Guardiões são invocados e incorporam nos médiuns; Eles também utilizam o charuto e trabalham sob o som de pontos cantados fortes que falam sempre de justiça, de lei, de trabalho. Nesse trabalho os médiuns continuam com a mesma roupa branca que usavam e trabalham no mesmo local que trabalharam com as outras entidades porque, Exu é o executor da Umbanda e para ele é destinada a execução dos trabalhos espirituais orientados e ordenados, por criança, ou caboclo ou pai-velho. Logo, Exu vem para cumprir as ordens dos mestres espirituais da Umbanda e nunca para fazer o mal a quem quer que seja. Nesse aspecto ainda, podemos dizer que Exu não é bom nem mal pois, ele é um executor da justiça kármica e como diz o ditado: ‘ quem deve paga e quem merece recebe ’. E que não somos nós os julgadores, somos sempre réus pois, temos uma visão limitada das coisas. Portanto, devemos sempre pedir misericórdia ao Exu Guardião porque, como disse Jesus: ‘ No mundo não há um justo sequer ’.


E como último aviso lembre-se que não nos recordamos de nossos atos em vidas passadas, portanto, não julgueis.


Além dos aspectos externos, a casa de Umbanda funciona como um todo e deve possuir suas bases e diretrizes. E tal como a letra de um antigo ponto cantado de Umbanda que diz: ‘Umbanda tem fundamento e é preciso preparar ’; Assim, antes do trabalho público externo, os médiuns devem estar preparados vibratóriamente e psiquicamnte para que possam fazer uma boa e positiva sintonia com o astral. Para isso, são feitas giras internas onde são abordados os apectos de adestramento mediúnico e onde os médiuns novos da casa, aprendem e iniciam seus trabalhos mediúnicos; Também, são realizadas reuniões para o estudo da doutrina Umbandista, e encontros para a manutenção e limpeza física da casa espiritual.


A casa de trabalho deve refletir a harmonia espiritual, portanto, conversas sobre os problemas e as coisas da vida profana devem ser evitadas no templo que sempre é sagrado. E todos problemas espirituais ou não devem ser direcionados para o médium-chefe que deve orientar seus seguidores.


Enfim, o dia a dia do templo é a essência de uma casa espiritual e a sessão de caridade é o elo do templo com o mundo.




VI - A liturgia da Umbanda


1-) Flores e ervas na Umbanda




As flores expressam a harmonia divina e proporcionam paz e serenidade mental aos que sabem aprecia-las.


A arte dos arranjos florais, estimula a criatividade e proporciona a paz interior, e a Umbanda como síntese, vela pela preservação da tradição dessa arte sublime.


A magia com flores é milenar e se preservou na arte do Ikebana que, até o final do século 19 era uma prática restrita apenas aos homens.


Assim como as flores, as ervas também são de fundamental importância para a restituição e a reconstituição do equilíbrio nos médiuns de Umbanda pois, a natureza preserva a harmonia divina e os elementos naturais carreiam o Axé ( força ) da natureza.


Nesse livro reproduzimos as importantes correlações preconizadas por mestre Yapacani ( W. w. da Matta e Silva ) e desdobradas pelo mestre Arapiaga ( F. Rivas Netos ), referentes aos sete Orixás, inclusive as essências que podem ser adquiridas em casas especializadas na comercialização de materiais para formulação de perfumes. Essas essências podem ser utilizadas na forma de banhos para restabelecimento do equilíbrio psico-aurânico bem como para a conservação do mesmo. No banho de essência utilizamos apenas três gotas para um litro de água pois, o excesso pode ser prejudicial, e no primeiro mês de uso fazemos o banho somente uma vez por quinzena e posteriormente uma vez por semana. Esse banho deve passar por todo o corpo, e para isso deve ser despejado por cima da cabeça ( ori ) passando por todo o corpo, após o banho normal de higienização.


O banho de ervas não deve ser usado a qualquer momento e se presta mais a desimpregnações e fixações mediúnicas e não deve ser despejado sobre a cabeça mas, sim a partir dos ombros. E para quem queira se banhar com as ervas, deve seguir a uma série de observações importantes principalmente na origem e no que tange a colheita das ervas que, deve ser executada em uma lua positiva ( nova ou crescente) pois, nessa época a seiva da planta se localiza nas folhas e na quinzena lunar negativa ( cheia e minguante ), a seiva se encontra próxima a raiz, ficando as ervas portanto, energeticamente defasadas .


Esse banho deve ser feito por infusão, ou seja, fervemos a água, a retiramos do fogo, colocamos as ervas e esperamos até que a mistura esfrie o suficiente para aplicá-la no corpo após o banho normal de higienização. Outra orientação é que se coloque um pedaço de carvão sob cada pé no momento do banho que deve ser despejado no corpo, no sentido do pescoço para baixo, ou seja, não deve ser despejado na cabeça. E basicamente é muito positivo utilizar nesse banho apenas uma erva da vibração de Oxalá ou uma erva da vibração original ( relacionada ao signo ) do médium que usará o banho.


As entidades de Umbanda, também utilizam a energia vegetal na forma de defumação, a fim de amortizar energias de choque oriundas do baixo astral e no intuito de aproveitar o equilíbrio natural dos vegetais para re-harmonizar nosso organismo por meio da absorção, via respiração, da energia emitida por essa aroma-terapia que é decodificada por nosso organismo por meio do rinoencéfalo.


Para melhor projeção das energias provenientes da defumação, a mesma deve ser feita em um turíbulo de barro e deve obedecer a critérios específicos que qualificam e quantificam as ervas ou essências utilizadas para esse fim.


Uma defumação positiva utilizada para desagregar energias negativas pode ser composta de três porções de erva-doce, com uma porção de cravo e uma porção de canela. Para defumar pessoas o importante é que a fumaça seja inalada ou seja, não é necessário 'fulmigar" a pessoa com excessiva fumaça pois, uma emanação sutil que possa ser sentida pela respiração já produz efeitos notáveis.


A nível superior podemos utilizar o incenso puro na forma de pequenas pedras utilizadas no turíbulo ou mesmo de varetas especialmente preparadas que podem ser adquiridas no comércio. A fumaça do incenso assim como a do sândalo e de outros elementos, veicula pedidos superiores e eleva nosso tônus vibratório


Para defumarmos ambientes como casas ou estabelecimentos comerciais, devemos fazer a defumação dos fundos do estabelecimento para a entrada ou seja, direcionaremos os fluídos negativos para fora da casa em questão. E para potencializar esse processo podemos deixar uma cumbuca de água com sal atrás da porta de entrada que deve ser substituída semanalmente, e podemos utilizar certos pontos cantados ou mantras que possuem o poder de direcionar as energias da natureza aumentando a eficácia do trabalho magístico.


Com essa mesma filosofia, as entidades ditas como caboclos e Pais-velhos, fazem uso do fumo nas sessões de caridade dos terreiros de Umbanda.


Portanto, não é correta a exortação de leigos que atribuem que o uso do fumo em forma de charutos e cachimbos pelas entidades de Umbanda seja decorrente de uma pseudo-inferioridade ou um suposto vício que esses seres astralizados trazem de vidas anteriores.


Existe portanto, um véu entre a aparência e a essência da Umbanda que raras pessoas podem conceber e mais raras ainda são as pessoas que se desprendem dos aspectos místicos e míticos e adentram o nível cósmico da Umbanda e da vida.


Como disse Shakespeare: " Existem muito mais mistérios entre o céu e a terra do que suponhe nossa vã filosofia..."


As flores consagradas aos Orixás são: lírio branco – Oxalá ; rosa Branca – Yemanjá ; crisantemo branco – Yori ( Ibeji ); cravo branco - Xangô ; violeta – Yorimá ( Obaluaye ) ; palmas vermelhas – Oxossi ; cravos vermelhos – Ogum ;
Forneceremos a seguir as principias ervas relacionadas com cada uma sete legiões dos sete Orixás segundo a alta magia de Umbanda baseada na correspondência astro-vegetativa focada nos sete chefes de legião principais de cada vibração original ou Orixá segundo seus entrecruzamentos vibratórios: ( SEGUNDO A ESCOLA DE W.W. DA MATA E SILVA E SEUS SUCESSORES )




Oxalá




Urubatão da Guia ------------------- Maracujá


Guaraci ------------------------------- Girassol


Guarani ------------------------------- Hortelã


Aymoré ------------------------------- Louro


Tupi ------------------------------- Arruda


Ubiratan ------------------------------- Jasmim


Ubirajara ------------------------------- Erva- cidreira




Ogum




Ogum de Lei -------------------------- Romã


Ogum Rompe-Mato ---------------- Samanbaia


Ogum Beira Mar ------------------------ Jurubeba


Ogum de Malé --------------------------- Cinco Folhas


Ogum Megê ------------------------------ Macaé


Ogum Yara ----------------------------- Losna


Ogum Matinata ------------------------- Tulipa




Oxossi




Arranca-toco -------------------------- Erva Doce


Cobra Coral ------------------------- Parreira-do-mato


Tupynambá ------------------------ Sabugueiro


Juremá ------------------------ Erva-doce


Pena Branca ------------------------- Malvaísmo


Arruda ----------------------- Malva-cheirosa


Araribóia ------------------------------ Dracena




Xangô




Xangô kaô ------------------------------ Limão


Xangô Pedra Preta ---------------- Goiaba


Xango 7 Cachoeiras ---------------- Erva-tostão


Xangô 7 Pedreiras -------------------- Abacate


Xangô Pedra Branca ----------------- Lírio da cachoeira


Xangô 7 Montanhas ---------------- Alecrim do mato


Xangô Agodô --------------- Fedegoso




Yorimá




Pai Guiné ------------------------------- Eucalipto


Pai Congo D´Aruanda ------------ Sete-sangrias


Pai Arruda ------------------------ Vassoura branca


Pai Tomé --------------------------- Alfavaca


Pai Benedito -------------------------- Trombeta


Pai Joaquim --------------------- Guiné-pipiu


Vovó Maria Conga ------------------- Tamarindo




Yori




Tupãnzinho ----------------------- Manjericão


Yariri ------------------------------ Verbena


Ori ------------------------------- Capim-limão


Yari ------------------------------- Melão-de-São Caetano


Damião ------------------------------- Morango


Doum ------------------------------- Amoreira


Cosme ------------------------------- Crisântemo




Yemanjá




Cabocla Yara ----------------------- Panacéia


Cabocla Estrela do Mar --------- Pariparoba


Cabocla do Mar ------------------- Picão-do-mato


Cabocla Indayá -------------------- Manacá


Cabocla Yansã ------------------ Folhas de violeta


Cabocla Nanã Burukum --------- Arruda fêma


Cabocla Oxum ------------------ Quitoco








2-) Oferendas ritualísticas






As oferendas ritualísticas na Umbanda são utilizadas como sustentáculos físicos para trabalhos magísticos, onde as entidades espirituais aurem a energia proveniente dos elementos da natureza ( flores, frutas, etc... ), e transmutam essa energia em emanações positivas que re-energizam e reequilibram o aura do ofertante.


É óbvio que as entidades espirituais não comem os elementos da oferenda, elas absorvem sua contra-parte astral, e esse processo gera uma desnaturação desses elementos no plano físico, ou seja, se colocarmos uma cumbuca com aguardente de cana ( marafo ), ele se volatilizará.


Citamos o marafo, que é utilizado constantemente por Exus e seus sub-planos, a fim de amortizar cargas oriundas do baixo astral, bem como, para carrear determinadas forças.


Dependendo da finalidade do trabalho, a energia proveniente da oferenda pode ser direcionada para atingir objetivos diversos, que em síntese podem ser classificados como : agregação ou desagregação de forças.


Para direcionar essa energia, as entidades de Umbanda utilizam sinais riscados, lei de Pemba, que abalam o astral e possuem sintonia com determinadas classes de entidades.


As oferendas são portanto, ângulos fundamentais da magia e podem ser utilizadas tanto para o bem como para o mal, na dependência das intenções do ofertante.


Lembremos que a lei do Karma é implacável, e o que fizermos a nós mesmos e aos outros refletirá profundamente em nossa vida presente e futura, é a lei : " Quem deve paga e quem merece recebe ", portanto....


Enfim, ofertamos o que queremos receber, ou seja, se ofertarmos incenso, flores e frutas, receberemos seus benefícios, e se ofertarmos a agonia de um animal sacrificado, não receberemos boas vibrações mas é claro que a intenção conta muito, por exemplo, nossos ancestrais africanos faziam uso do sacrifício de animais baseados no seguinte pensamento: " como você irá morrer, leve nossos pedidos aos Orixás que te acolherão" ; Então eles sacrificavam os animais retiravam os axés ( vísceras ) para as oferendas e comiam o restante da carne. Concluindo lembrem-se que a maioria de nós come carne então, não podemos julgar pois até o velho testamento da Bíblia contém muitas referências a sacrifícios e o próprio Cristo como cordeiro divino ofereceu seu corpo em sacrifício para nos livrar de nosso pecados.


3-) Guias ou colares ritualísticos


As guias ou colares ritualísticos podem ser confeccionadas com cristais de rocha, sementes de lágrima de Nossa Senhora, capacete de Ogum, conchas do mar etc. As guias são confeccionadas com material condutor como, fios de cobre, alpaca ou mesmo algodão, e nessas guias naturais não utilizamos fios de nylon.


Lembramos que, não confeccionamos as guias com cristais por vaidade, mas sim porque as pedras naturais ( cristais ) concentram determinadas energias devido a sua estrutura molecular geométrica; E as contas de plástico são estruturalmente amorfas, ou seja, sem nenhuma projeção ou modulação energética.... Por outro lado, o fio de cobre por exemplo, é um condutor ( ativo ), e em conjunto com cristais quantitativamente e qualificadamente selecionados, forma um instrumento radiônico possante que popularmente chamamos de guias....


Para potencializar ainda mais as guias, podemos utilizar certos clichês astrais que acionam a movimentação das forças sutis que tanto almejamos... Esses talismãs podem ser feitos de diversas formas, no entanto, deve existir sempre um cuidado redobrado quando se fala em magia pois, com magia podemos tudo mas, tudo tem um preço que cedo ou tarde pagaremos, é a Lei.


Enfim, as guias naturais são extremamente positivas e são pedidas pelas entidades espirituais de Umbanda, com o intuito de escudarem seus médiuns, contra os ataques das energias negativas provenientes do baixo astral. Porém lembramos que, o número excessivo de guias no pescoço do médium, não aumenta sua proteção e ainda reflete um aspecto desarmônico. Logo, concluímos que "uma só" guia imantada por uma entidade de fato é o suficiente para escudar o médium.


O segundo tipo de guia, as guias compostas de miçangas coloridas, se prende mais ao caráter simbólico, e aos aspectos sugestivos emitidos pelas cores.


Essas guias não possuem nenhum valor real de atração e reflexão de energias, atuando apenas como muletas psicológicas mas, simbolicamente ainda são muito utilizadas.






4-) Pontos cantados


Uma forma de utilização magística do som, está nos pontos cantados que de acordo com sua entonação, proporcionam freqüências próprias ( ciclos e ritmos ) que sustentam vibratóriamente o trabalho mediúnico. Nesse aspecto dispensamos a utilização de atabaques ou tambores pois, os mesmos propiciam estados de transe anímico que estimulam o afloramento do subconsciente do médium e dificultam a atuação de entidades espirituais, e também esses pontos não devem ser gritados para não estimularem o atavismo.


As palmas igualmente são dispensáveis nos rituais de incorporação porque provocam grande excitação, devido a grande quantidade de terminações nervosas sutis e protoplasmáticas ( cerca de 280.000 correntes ) que existem em nossas mãos.


Retornando a tônica dos pontos cantados de Umbanda, transcreveremos alguns pontos de Raiz, transmitidos por verdadeiras entidades espirituais:


Pontos da vibração de Oxalá - Sons místicos:


Estrela guia clareou, } Bis


estrela guia iluminou. }


Ele vem lá do Oriente *,


com as ordens de Orixalá.


Ele vem lá do Oriente,


Sr. Urubatão e sua corrente.






* Oriente - Leste, no sentido de portador da Tradição Solar




*
Clareou a mata, } Bis


Ele é Tupy } Bis


É filho de Guaraci !


Ele é Tupy } Bis


Ele é o caboclo Poty.




*
Quem vem lá do reino do Tembetá * } Bis


É Caboclo Águia Branca,


que vem Saravá.


É Caboclo Águia Branca,


com sua falange no Congá.


* Tembetá - É o nome sagrado do Núcleo Superior de Oxalá localizado na sétima esfera, a pátria da luz, a Aruanda. Assim também, os nomes dos Núcleos Superiores dos outros Orixás são:


Ynayá - Núcleo Superior de Yemanjá


Yoriá - Núcleo Superior de Yori


Yacutá - Núcleo Superior de Xangô


Yomá - Núcleo Superior de Yorimá


Juremá - Núcleo Superior de Oxossi


Humaitá - Núcleo Superior de Ogum




Pontos da vibração de Ogum - Sons vibrantes:


Ouvi 7 clarins anunciar,


que ele vai descer,


que ele vai chegar.


Abençoar seus filhos de Congá.


Trazendo lá da Aruanda,


as leis de Umbanda.


Filho de Umbanda ouça a clarinada,


Quem está chegando é Caboclo 7 Espadas !






* * * * * * *
- Caboclo Beira Mar e Caboclo 7 Lanças


Beira Mar vem da Aruanda,


com seu mano 7 lanças,


que é guerreiro de Umbanda.


Ele vem do Humaitá,


trazendo a Luz de Orixalá.


Iluminando este Congá, } Bis


para filho de fé abençoar. }


Pontos da vibração de Oxossi - Sons que imitam a harmonia da natureza:


No céu relampejou, na pedreira trovejou.


Na mata Coral piou,


cachoeira chorou.


Oke Babá Xangô, Maleme Agô Xangô !


Por seu filho Cobra Coral gritou.


Seu grito na mata ecoou,


na mata sabiá cantou.


E a passarada estremeceu,


quando a Coral piou.




* * * * * *
Eu vi Caboclo de flecha na mão,


atira a flecha, vai buscar seu irmão,


É seu Tupyara que vem nesse Congá.


Atirou sua flecha, para chamar mano Guará.




Pontos da vibração de Xangô - Sons graves






Eles são 3 irmãos desse Jacutá,


eles trabalham noite e dia, até o dia clarear.


Sete Montanhas a girar, com seu irmão Sete Lagoas,


até o dia clarear.


E ao romper da madrugada, até alta madrugada,


gira o Caboclo das Sete Encruzilhadas. } Bis




* * * *
Xangô escreveu a Justiça,


firmou sua Pemba em um pedra.


Ele escreveu a justiça: } Bis


" Quem deve paga, quem merece recebe. " }






* * * *


Pontos da vibração de Yorimá - Sons dolentes, melancólicos:


Preto-Velho caminhou,


Sete caminhos cruzou.


Caminhou sete dias,


sete noites caminhou.


Sete noites foi rezar,


aos pés de pai Orixalá.


Pai Joaquim foi rezar, } Bis


foi pedir foi implorar. }


Para ver a sua luz, }


iluminar o seu Congá. }




* * * * * *


Pai Joaquim desceu da cachoeira, } Bis


Saravou * o seu Congá. }


Sua benção meu pai,


Quem manda é Oxalá.


Pai Joaquim não deixa } Bis


seus filhos penar. }




* Saravou - é uma palavra utilizada como saudação, e é derivada do termo Saravá que significa : " As forças da natureza em movimento "


Pontos da vibração de Yori - sons alegres :


Yori Ori vem cruzado com Oxalá } Bis


Seu Ori vem no Congá,


Para seus filhos ajudar.


Trazendo harmonia,


E a força da alegria !




* * *
Abraço de criança é de coração,


abraço de criança de Papai Orixalá,


tem a benção.


Doum abraça filhos, } bis


Nas ordens de Mikael }




Pontos de Yemanjá - Sons suaves:


A lua clareou as águas,


E as ondas do mar cresceu.


Louve a Seus, ao Sr. Jesus, } Bis


chegou Cabocla Yara com a sua luz ! }






* *


Salve a Sra. Yansã,


salve todo povo do mar !


Salve Nanã Buruque


Vem nossa gira cruzar.


Ela é mamãe Yemanjá, é a senhora do mar.


Trás forças de Cindalê,


Para nossa gira firmar.






5 -) Pontos Riscados




As entidades espirituais que atuam no movimento umbandista se identificam por meio de sinais riscados traçados geralmente com um giz de cálcario conhecido como pemba. Esse giz mineral além de ser consagrado para ser utilizado para escrita magística também, pode ser transformado em pó e utilizado de outras formas em preparações ou cerimônias ritualísticas.


E o termo pemba também é utilizado na Umbanda no sentido de Lei, ou seja, confome o linguajar de Umbanda, se você está sob a Lei de Pemba, você está sob a Lei maior e isso possui sérios agravantes principalmente se o médium se desvirtua de sua tarefa pois, nesses casos a cobrança é imediata. Então, estar sob a corrente de Umbanda, estar sob a Pemba, exige muita cautela mas, por outro lado se o médium procurar cumprir suas tarefas e mantiver uma postura decente, essa mesma lei pode lhe ser favorável e muito útil porque o mesmo terá o auxílio direto das entidades do astral que lhe proporcionarão forças para trabalhar com dignidade.


Voltando a questão da escrita, não é sem propósito que a Lei é chamada de pemba pois, essa escrita sagrada traduz sinais que estão afins a determinadas egrégoras firmadas no astral a muito tempo. Assim, quando uma entidade de fato traça um sinal de pemba, ela está movimentando energias sutis, que na dependência da variação desses sinais, pode atrair ou dissipar determinadas correntes de energia com muita eficácia.


Esse assunto é muito complexo para ser aberto em um livro mas, no decorrer dos trabalhos mediúnicos o médium de fato e direto, segundo sua missão, merecimento e afinidades, pode receber determinados sinais diretamente das entidades espirituais que o assistem, no intuito de escudar esse médium contra o assédio do sub-mundo espiritual.


E se o leitor quiser se aprofundar um pouco mais nesse tema poderá consultar diversas outras obras que tratam com mais profundidade sobre o assunto, em especial recomendamos os livros: ‘O Arqueômetro’ de autoria de Saint Yves D´Alveydre, ‘Pemba- A grafia dos Orixás’ de autoria de Ivan Horácio Costa ( mestre Itaoman ) e ‘Umbanda – a Proto-síntese Cósmica’ de autoria de F. Rivas Neto ( mestre Arapiaga ); Essas obras trazem muitas elucidações reais sobre o tema.


No mais, lembramos que esses sinais são de uso exclusivo das entidades vinculadas a corrente astral de Umbanda e sua utilização inadequada por pessoas não habilitadas podem gerar uma série de aborrecimentos bem como atrair determinadas energias e entidades de difícil controle que podem levar o indivíduo às raias da loucura.


Portanto, é necessária muita cautela nesse tema e é por isso que na maioria dos terreiros, casas, agrupamentos ou templos de Umbanda, as entidades ensinam e utilizam outros sinais mais simples e simbólicos, apenas de efeito elucidativo (por exemplo: corações, machados, espadas etc.), deixando os verdadeiros sinais de pemba velados até que os filhos amadurecem e possam adentrar nesses campos com segurança.


Enfim, o importante é procurar trabalhar e deixar que as entidades atuem da forma que elas acharem conveniente porque com certeza elas nos conhecem melhor do que nós próprios pensamos que nos conhecemos...